A Violência Doméstica é um problema universal que atinge milhares de de pessoas, por vezes de forma silenciosa e dissimulante. É uma problemática que atinge ambos os sexos e vários níveis sociais, económico, religioso ou cultural específico, mas é necessário salientar que esta problemática não se porcessa apenas numa relação conjugal, podendo atingir também crianças e jovens ou mesmo idosos. Mas nós iremos dar uma maior ênfase à violência conjugal.
Violência Conjugal: é entendida como a violência que ocorre entre cônjuges ou pessoas que estão envolvidas em relações de intimidade amorosa (por exemplo, uniões de facto implicando ou não coabitação), é uma das formas mais recorrentes da violência familiar.
É uma problemática extensamente disseminada e profundamente enraizada em muitos países e regiões. Existe desde tempos remotos e é frequentemente tolerada nos contextos sociais em que se manifesta.
- A violência no espaço doméstico é a maior causa de morte invalidez entre mulheres dos 16 aos 44 anos, ultrapassando o cancro, acidentes de viação e até guerra;
- 40% dos actos de violência mais graves, relatados por mulheres portuguesas vítimas com idade igual ou superior a 18 anos, foram cometidos pelo cônjuge ou companheiro;
- No período de 2000 a 2007, a polícia portuguesa registou em média, por dia, cerca de 45 crimes relacionados com a violência doméstica.
A violência conjugal assume a forma de um comportamento intencional, que tem como finalidade controlar e exercer poder e autoridade sobre a vítima. Constitui uma forma extrema de resolver conflitos, de marcar uma posição pessoal em processos de decisão, de "corrigir" comportamentos da vítima com os quais se discorda. Este tipo de violência manifesta-se de diversos modos:
Violência emocional, psicológica:
- criticar negativamente atributos físicos ou comportamentos da vítima
- humilhar em público ou em privado
- difamar a vítima, acusando-a de ser infiel
- insultar a vítima
- gritar de forma a meter medo à vítima
- ameaçar, intimidar a vítima
- perseguir a vítima na rua e/ou no trabalho
- ameaçar ou maltratar familiares ou amigos da vítima
Violência Física:
- empurrar, puxar o cabelo
- estalos, murros, pontapés
- apertar o pescoço
- queimar a vítima
- bater com a cabeça da vítima na parede
- tentativas de homicidio
- etc.
Violência Sexual:
- forçar relações sexuais contra a vontade da vítima
- forçar actos sexuais não desejados
- obrigar a vítima a praticar ou a assistir a actos sexuais com terceiros
- torturas sexuais
O agressor pode ainda recorrer à imposição de isolmanento social e relacional da vítima- proibindo-a de sair de casa, conviver com familiares ou amigos, etc- tendo como objectivo afastá-la do seu meio familiar e social e do apoio que aí possa encontrar- e controlo economico, impedindo-a de gerir o sei vencimento, negando-lhe o acesso a dinheiro e a bens essenciais.
É comum as vítimas de violência conjugal sentirem-se dominadas, subordinadas, incompetentes, sem valor e com medo.
